sábado, 7 de fevereiro de 2015

Coreanos ganham dinheiro para comer diante da webcam

Cerca de 10 mil pessoas assistem os vídeos todos os dias.
Que tal jantar em casa, em frente a uma câmera, transmitindo sua refeição para milhares de pessoas? Se eles gostarem, você ganha um bom dinheiro. Isso já é realidade na Coreia do Sul. O fenômeno se chama 'mukbang' - uma combinação das palavras comer (muk-ja) e transmitir (bang-song) em coreano. Lee Chang-hyun transmite suas refeições em Seul. Por volta da meia-noite, está na internet com alguns amigos e faz suas refeições frente à câmera. Na verdade, "atuar" é a palavra certa. Ele é extravagante em seus gestos, ostentando a comida para a câmera para seduzir a audiência. Ele come fazendo barulho e isso é parte do show - o jovem, inclusive, investiu num bom microfone para captar todos os sons. Este não é um momento de privacidade. Cerca de 10 mil pessoas o assistem comendo todos os dias, diz. Os espectadores enviam mensagens e ele responde ao falar ou por comer - fazendo todo tipo de barulho. Se a performance agrada o público, ele recebe os chamados "balões estrela". Cada um significa um pagamento a ele e ao canal de televisão virtual no qual a transmissão é feita. Ele não revela o quanto recebe, mas a BBC estimou, ao anotar o número de balões estrela na tela, que o valor poderia chegar a algumas centenas de dólares por uma apresentação de duas horas. Solidão? A trasmissão das refeições é parte de um fenômeno que diz algo sobre como a sociedade e a maneira de se fazer televisão estão mudando. A apresentação de Lee Chang-hyun é feita num canal de internet chamado Afreeca (abreviação para a expressão "qualquer transmissão grátis" em inglês). Este site permite que pessoas transmitam seu próprio vídeo ao vivo. Na verdade, trata-se de um canal de TV mas sem toda a parafernália e custo de um canal de TV. Mas qual a diversão de ver outras pessoas comendo ou de assisti-las pela tela de um computador? Seria uma espécie de voyeurismo ou pornografia alimentar? Lee Chang-hyun se considera um avatar. Os espectadores se refletem nele. "Na Coreia, especialmente para as mulheres, a imagem é muito importante. Há pratos que engordam muito e, por isso, me assistir comendo proporciona um pouco de satisfação", diz. Mas o raciocínio "eu como para que você não tenha que comer" pode esconder o real motivo por trás disso: ter companhia, mesmo que remota. A experiência se parece com um grande jantar no qual as refeições são feitas em diferentes salas. "Eles gostam de me ver comer mas nós também conversamos bastante", diz Lee Chang-hyun. "Falamos sobre tudo. Eu dou até conselhos sobre problemas que eles têm, então realmente possuímos um relacionamento. Por isso temos um relacionamento real." Pagamentos Lee Chang-hyun ganha dinheiro porque atua bem. Ele faz comentários e leves observações. Pode até levantar-se e dançar a música que está tocando em seus fones de ouvido. Ele canta durante o seu jantar. Ele não é apenas alguém sentado em frente a um prato, comendo para quem quiser assistir - apesar de isso também existir como parte deste fenômeno. Ele é bonito e magro, apesar de todas as grandes refeições que faz. Diz fazer esportes radicais e ter o metabolismo certo para comer muito sem ganhar peso. Assim, o dinheiro vem. Na tela, ele vê os símbolos que significam uma doação - mas diz que não é o dinheiro que o motiva. "Na verdade, estou me conectando com meus espectadores. De certa forma, é uma promessa, um pacto que eu tenho com eles. Eu me divirto com eles. Então não considero isso trabalho". Mas o pagamento das pessoas que fazem esse tipo de performance é muito diferente do salário dos apresentadores de TV convencionais – que negociam contratos e são pagos por um período de tempo estabelecido previamente. O "salário" deles depende das reações do público segundo a segundo. Os espectadores têm o "botão do pagamento" ao alcance das mãos. Se estão em um dia ruim não o apertam. Mas se tudo vai bem, o pagamento vem – embora as quantias não sejam suficientes para atrair as estrelas da televisão convencional. A ideia de ter uma companhia remota por meio de uma câmera conectada à internet pode deprimir aqueles que acreditam no calor humano proporcionado pelo contato direto. Mas tanto a forma do pagamento quanto a de companhia podem ser sinais do futuro. Especialmente na tecnológica Coreia do Sul, onde todos parecem estar conectados à internet o tempo todo. E se os coreanos estão tendo jantares cibernéticos hoje, provavelmente você fará isso amanhã.

Investigação Pessoas de olhos azuis terão todas um ‘pai’ em comum

Uma investigação recente, de que dá conta a Revista Galileu, mostra que as pessoas que têm olhos azuis poderão ter entre elas um grau de parentesco, mesmo que muito distante.

Tem olhos azuis? Pois bem, saiba que a sua ligação com outras pessoas com a mesma característica física pode ser bem mais profunda do que pensava.

É que uma investigação de que dá conta a Revista Galileu, que teve por base uma análise realizada a ADN mitocondrial, revelou que todas as pessoas com olhos azuis têm, de certa forma, ainda que num grau muito distante, algum grau de parentesco.


A conclusão surge depois de um levantamento realizado pelo dinamarquês Hans Eiberg, numa viagem que o levou a países como Turquia, Jordânia e Dinamarca estudando os genes de pessoas com olho azul.

O investigador descobriu que uma única mutação genética terá sido responsável pela pigmentação dos olhos e diz ter conseguido descobrir o evento no espaço e no tempo. Assim, segundo este geneticista, o primeiro ser humano da história a ter esta cor de olhos terá vivido junto ao mar Negro, há cerca de seis milénios, fazendo depois com que a característica acabasse por continuar a ser adquirida de geração em geração.

Segundo explica a publicação brasileira, este facto pode explicar a mais elevada concentração de indivíduos com olhos azuis na Europa e a elevada predominância desta característica no leste europeu.

“Uma mutação genética afetando o gene OCA2 nos nossos cromossomas resultou na criação de um ‘interruptor’, que literalmente ‘desligou’ a habilidade de produzir olhos castanhos”, explica o investigador.

Este gene controla toda a nossa produção de melanina, pigmento que regula as ‘cores’ do corpo humano - pele, cabelo e olhos.

Por outro lado, se se interroga, saiba que as variações em indivíduos com olhos verdes ou avelã são menos comuns, ocorrem de forma mais aleatória, o que dificulta a identificação de um ponto temporal único para determinar o primeiro homem com este tipo de coloração.